Três brasileiras se infiltram no mercado editorial francês

A Nossa Éditions nasce de uma ideia ousada. Três mulheres brasileiras lançando uma editora na França, para publicar livros em francês de autoras latino-americanas e francesas. Livros para serem vendidos no mercado local. E nasce também da união de talentos em três áreas diferentes dentro do mercado editorial. O Podcast do PN desta semana reúne o time por trás da Nossa: Simone Paulino, escritora, editora e fundadora da Editora Nós, Gabriela Castro, designer e sócia-fundadora do Bloco Gráfico, e Marcia Tiburi, filósofa, escritora e artista plástica, que atualmente mora na França.

A conversa aborda os desafios de empreender em um novo país, as especificidades da nova casa editorial, a identidade visual, a forma de editar e produzir livros da Nossa e muito mais. Sobre a origem do projeto, Marcia Tiburi conta que a Nossa veio da convivência entre as três, mais do que uma ideia formal proposta por uma delas. “A Simone tem uma respiração poética, eu e ela conversamos todos os dias há anos! E a Gabriela é uma pessoa que escolheu os livros para fazer coisas bonitas. Com nossa amizade, eu comecei a publicar meus livros pela Nós e finalmente me senti em casa.”

Gabriela fala de sua relação de quase oito anos com Simone. “Eu a conheci quando ela estava formando a Nós, e a relação e trabalho virou amizade forte. O que está acontecendo também comigo e com a Marcia também. Eu tenho sócias que eu admiro.” Simone diz que elas estavam gerando essa editora há muito tempo. E o lançamento agora é uma questão de oportunidade. “A Marcia, transitando na Europa há quatro anos, começou a perceber o grande número de mulheres produzindo coisas incríveis e sem ter um teto para a arte delas.” Marcia acrescenta: “Em vários países, há uma misoginia inerente à estrutura do mercado. Então essa aqui é a nossa casa.”

Sobre fazer a operação na França, Simone destaca que as fronteiras estão borradas há tempos, principalmente desde a pandemia. “Você não precisa estar em um território para operar lá”, diz, contando que a distribuição da Nossa será diferenciada. “Vamos colocar livros em pequenas lojas, em livrarias especializadas em arte, em lojas de roupas e sapatos, algo que é comum na França. E nos museus. Não é no Louvre, claro. A França é repleta de pequenos museus e galerias em que nossos livros cabem perfeitamente.”

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